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Apesar do ranço religioso, gradativamente, mais e mais se populariza a aceitação da tese da multiplicidade das existências, inclusive entre os não espíritas. A reencarnação, é importante salientar e como o próprio nome está dizendo, é a ação do espírito retornar à carne com o fim precípuo de aprender, pois que, é aqui nesta escola chamada Planeta Terra que, ao longo das muitas vidas, aprendemos em cada uma delas um pouco de tudo, pois é aqui que afloraram as nossas impurezas espirituais. É importante salientar que não apenas os espíritas, mas a maioria das pessoas do mundo ocidental, onde existe menos radicalismo religioso, acredita em reencarnação, ou seja, que após a morte do corpo, depois de um período de tempo relativo no mundo espiritual onde nos preparamos para a próxima jornada, voltaremos novamente a um corpo material para darmos inicio a uma nova etapa de aprendizado e, por via de consequência, prosseguimento ao nosso processo evolutivo enquanto espíritos imortais.
A cada nova volta, encarnamos em diferentes situações tudo dentro de um muito bem elaborado planejamento espiritual condizente com a capacidade de cada um em ser bem sucedido no final do período. As situações são diferentes, mas todas úteis e necessárias ao progresso do espírito. Voltaremos pobres ou milionários, saudáveis ou doentes, viveremos em uma cidade muito populosa, no campo ou mesmo em um vilarejo em qualquer lugar do mundo tanto no corpo de um homem como de uma mulher. Essa gama de vivências nas diferentes fases tanto corporal quanto social, é que vai nos permitir angariar conhecimento e experiência e, por via de consequência, galgarmos, gradativamente, cada degrau da escala evolutiva do espírito. É dessa forma, com muito sacrifício e sofrimento, que aprendemos o que é bom e o que nos convém e o que não é bom e o que não nos convém. É assim que, sentindo na pele o que nos faz bem e o que não nos faz, que aprendemos e evoluímos no conhecimento intelectual e moral. Simples assim!
A reencarnação não é uma tese só dos espíritas. Ela é universal, possuindo hoje o respaldo, ainda que não oficial, de vários segmentos da ciência nas pessoas de profissionais médicos, psicólogos e psiquiatras não espíritas como o americano, dr. Brian Wess que se utilizam da Terapia de Vidas Passadas (TVP) e até por físicos como o francês radicado nos Estados Unidos Patrick Drouot, entre outros. Se alguns homens de ciência ao redor do mundo não somente acreditam como atenuam e até mesmo curam pacientes com fobias originadas em vidas passadas, o mesmo não acontece com os fundamentalistas religiosos não reencarnacionistas que alegam que ela é contrária às doutrinas da fé.
Mas tudo tem o seu tempo, afinal, Deus nos dá, sem pressa, todo o tempo que precisamos para entendermos que a vida verdadeira não começa no berço e nem termina no túmulo. E são nessas experiências vividas no corpo material que aprendemos, enquanto espíritos, ainda que a duras penas, a lidar com as coisas deste mundo como o preconceito, o ciúme, a agressividade, o egoísmo, a incompreensão, o rancor, o orgulho e tantos e tanto outros sentimentos inferiores de que somos portadores e que nos fazem, ainda, espíritos inferiores. Mas não lidaremos com esses sentimentos somente com relação aos outros, mas, também, dos outros em relação a nós e, com isso, através do aprendizado acumulado nas múltiplas encarnações, vamos trabalhando em nós próprios, ainda que de forma homeopática e quase imperceptível, a substituição desses sentimentos tóxicos que nos poluem e nos fazem espíritos inferiores por outros saudáveis e nobres.
O grande problema na faixa evolutiva em que nos encontramos é que temos olhos somente para observar e tentar melhorar os outros quando que deveríamos tentar melhor nós próprios. Mas, chegará um tempo em que, cansados de errar e de sofrer, nos convenceremos da necessidade de que quem precisa mudar não é o outro e sim nós próprios. É uma tarefa que leva tempo. Às vezes, muito tempo. Para uns, alguns séculos e para outros, os mais orgulhos e recalcitrantes, alguns milênios. Para nós, você e eu, encarnados em um corpo físico e que contamos o tempo através de horas, dias, meses e anos, parece muito. Até admito! Mas, o que são alguns séculos ou milênios na vida do espírito imortal?